Esta feira começou de uma forma espontânea na Praça da Batalha onde eram comercializados os produtos manufaturados (bijuteria, carteiras, entre outros). Nos anos 90 a Câmara Municipal do Porto regulamentou esta atividade, através da criação da Feira de Artesanato da Batalha.
Ajax et plures apresenta um conjunto de obras de João Paulo Feliciano dos anos 1990 e 2000 pertencentes à Coleção de Serralves e uma obra inédita concebida para o campus da Universidade Católica Portuguesa no Porto. As obras apresentadas são representativas de momentos distintos do percurso do artista, revelando continuidades e ruturas que marcaram a sua prática artística ao longo dos últimos trinta anos. Se os trabalhos dos anos 1990 gravitam em torno do mundo da música rock e da realidade urbana, as obras de 2004 e 2021 demonstram um interesse pela exploração de fenómenos de perceção e permitem distinguir uma inflexão na relação (de fascínio/rejeição) com a tecnologia. Mantém-se uma constante problematização dos suportes materiais e linguísticos que o artista utiliza como forma de reequacionar a nossa relação com o mundo, questionando pressupostos dos tradicionais géneros artísticos à luz de diferentes aspetos da cultura popular. A sua atitude irónica e provocadora, a vontade de implicar o espectador na significação da obra, e, sobretudo, o seu insaciável apetite pela experimentação revelam-se transversais ao diverso corpo de trabalho de João Paulo Feliciano. As obras são apresentadas em diferentes espaços do campus da UCP – Porto, no Edifício das Artes e no Edifício de Restauro.
A exposição, a primeira individual da artista em Portugal, está organizada em torno do seu mais recente filme – “Eu sou uma arara” (2022) – que terá a sua estreia inédita em Serralves. Realizada em parceria com a cineasta Mariana Lacerda, a média-metragem propõe uma reflexão crítica sobre o impacto do desmatamento da Amazónia para os povos indígenas num momento de tensão política e social. Este trabalho é também o resultado de um longo período de pesquisa e de uma série de ações em São Paulo que fizeram desfilar pelas ruas da cidade, como uma floresta densa e potente, dezenas de figuras inspiradas na fauna e flora brasileiras. Herdeira do legado histórico dos movimentos de vanguarda do pós-guerra, do neoconcretismo à tropicália, Rivane Neuenschwander (n. 1967) é um dos nomes mais conceituados da arte contemporânea brasileira. No seu trabalho, a artista combina diversos meios e suportes para construir um repertório visual único que explora narrativas sobre uma grande diversidade de temas, entre os quais, a linguagem e o tempo, a literatura e a cultura popular, a psicanálise e a arte, a natureza e a sociedade, a política e a filosofia, o medo e o desejo. Uma das suas obras mais icónicas, “Eu desejo o seu desejo” (2003), composta por uma coletânea de desejos que lembram as pulseiras do Senhor do Bonfim, será instalada na Capela da Casa de Serralves.
Cindy Sherman: Metamorfoses apresenta uma série de obras que atravessam a carreira da artista desde o seu início até às obras mais recentes. A exposição foi organizada em diálogo com a artista e em parceria com o The Broad Art Foundation, Los Angeles, uma instituição que coleciona exaustivamente o trabalho de Sherman há mais de trinta anos. Sobretudo conhecida por imagens em que se retrata como modelo da sua própria obra, encarnando o papel de estereótipos femininos convencionados pelos média num vasto leque de personagens e ambientes, Cindy Sherman fotografa sozinha no seu estúdio, atuando como diretora artística, fotógrafa, maquilhadora, cabeleireira e intérprete do papel a desempenhar. A prática do retrato que iniciou há décadas é responsável por algumas das mais marcantes e influentes imagens da arte contemporânea. Para esta ambiciosa apresentação em Serralves, as salas do museu sofrerão uma radical transformação, criando um cenário teatral para acolher o storyboard que as fotografias da artista compõem. A mostra incluirá também um trabalho inédito, especialmente concebido para o Museu de Serralves: um extenso mural fotográfico, que dará à exposição uma singularidade adicional. Geralmente, a artista não dá títulos às suas obras, pretendendo com isso evitar interpretações preconcebidas ou leituras antecipadas que poderiam influenciar o observador, preferindo deixar a construção das histórias ao critério da cada pessoa. As imagens são no entanto organizadas por séries e numeradas e exploram vários temas e técnicas, reforçando assim a diferenciação e a classificação: Untitled Film Still [Sem Título Film Still] (1983-1984), Fashion [Moda] (1983-84), Bus Rider [Passageiro de autocarro] (1976-2000), The Fairy Tales [Os contos de fadas] (1985), The Disasters [Os desastres] (1986-89), The Historical Portraits [Retratos históricos] (1988-90), Sex Pictures [Imagens sexuais] (1992), Horror and Surrealistic Pictures [Imagens de horror e surrealistas] (1994), Masks [Máscaras] (1995), Broken Dolls [Bonecas desmembradas] (1999), The Hollywood/Hampton Ladies Portraits [Retratos de senhoras de Hollywood e dos Hamptons] (2000), The Clowns [Palhaços] (2003-05), Society [Sociedade] (2008). Na exposição em Serralves estas séries não serão sujeitas a uma ordem cronológica, antes construindo uma narrativa. Nas obras de Sherman, composições e narrativas individuais remetem para um repertório completo e complexo de identidades femininas: mas enquanto os trabalhos iniciais estão repletos de emoções visíveis, nas fotografias mais tardias as emoções vão sendo gradualmente excluídas. As obras não são autorretratos, mas sim representações aperfeiçoadas pela distância da câmara ou objetiva que as capta ou, como comentou Rosalind Krauss, são “uma cópia sem um original”. No final dos anos 1980, Sherman sentiu necessidade de suprimir a sua presença e criou imagens irreais e grotescas, cenas de acidentes, constituídas por personagens sobrenaturais e aterradoras que personificavam medos irracionais e pesadelos e que formavam cenários macabros e repulsivos. Progressivamente, o corpo da artista foi sendo substituído por seios falsos, excrescências humanas, fluidos corporais, resíduos sexuais, próteses médicas, que posteriormente dariam origem às Sex Pictures (1992), uma das suas séries mais ousadas, em que Sherman recorre a manequins para compor quadros pseudopornográficos, deliberadamente destituídos de qualquer erotismo que desafiam os padrões da indústria pornográfica. O regresso da artista ao centro da imagem aconteceu por volta de 2000 com a série Head Shots [Primeiros Planos], em que protagoniza um conjunto de retratos de estúdio, ou a perturbante série Clowns (2003-05) e, mais tarde, imagens de mulheres idosas. Se as partes do corpo falsas ou artificiais forçam o observador a confrontar-se com o aspeto encenado da obra, a aparência trágica e vulgar das personagens obriga-o a sentir por elas uma certa empatia e respeito. Por outro lado, há uma mudança evidente no posicionamento da câmara, na alteração dos cenários, na saturação e sobreposição de adereços e elementos estranhos na composição, assim como nas dimensões das provas impressas. Mais tarde, na série Society (2008), Sherman regressa à sua exploração dos ideais distorcidos de beleza, das autoimagens e do envelhecimento numa sociedade obcecada com a juventude e o estatuto através de personagens inseridas em ambientes sumptuosos e apresentando essas fotografias em molduras muito ornamentadas. Sherman passa da fotografia analógica para a digital e, tal como as suas personagens, experimenta várias possibilidades: cenários verdadeiramente naturais nas suas primeiras imagens, técnicas de filmagem como a “retroprojeção”, fotografia de estúdio (o local onde tem um maior controlo sobre a construção da imagem), o ciclorama e finalmente sobrepondo imagens a fundos digitais. Embora o seu trabalho seja geralmente classificado por críticos e teóricos como associado ao feminismo, à violência e ao voyeurismo e centrando-se na representação, a artista ela mesma tende a evitar esta instrumentalização teórica e tais associações. Ao construir uma personagem, Sherman não tem em mente uma pessoa específica mas sim um género, e a complexidade da narrativa é determinada pela especificidade da relação entre o cenário e a personagem.
Yuri Dojc, fotógrafo consagrado pelos seus retratos de judeus sobreviventes do Holocausto, e Katya Krausova, uma veterana cineasta britânica que, em 1997, venceu o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro (com "Kolya") e, agora, também curadora da exposição, dão a conhecer as memórias dos habitantes de Bardejov, pequena cidade balnear eslovaca. A exposição e o documentário que a acompanha começaram a sua viagem em 2009 e já percorreram três continentes, nos mais diversos espaços: desde a Biblioteca de Manuscritos de Cambridge, ao edifício das Nações Unidas, em Nova Iorque, para assinalar os 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, seguida por Berlim e Moscovo. Atualmente, diversas imagens da exposição já fazem parte do acervo permanente da Biblioteca do Congresso de Washington (EUA).
"Warhol, People and Things: 1972-2022", uma coleção de 68 fotografias, das décadas de 70 e 80 do século passado, doadas à Mishkin Gallery pela Andy Warhol Foundation for the Visual Arts e exibidas, pela primeira vez, em Portugal e na Europa. A exposição revela "o trabalho de Andy Warhol e o seu contributo para o desenvolvimento da arte experimental, dos média e do discurso crítico de arte, em diálogo com artistas contemporâneos, ao mesmo tempo que expõe o artista pop pioneiro a uma nova geração no Porto". Para além das fotografias de Warhol, serão exibidas obras de arte contemporâneas, várias delas comissionadas para a exposição. Entre as obras exibidas estão "Scenes from the Life Of Andy Warhol" (1982), do realizador Jonas Mekas, fotografias da série "Middle of the Day", de John Miller, três filmes de Jeff Preiss, incluindo o seu mais recente "Welcome to Jordan", de 2022, e pinturas recentes de Anna Ostoya. Foram ainda comissionadas obras aos artistas portugueses Sara Graça e Pedro Magalhães, e serão também incluídas peças da Casa São Roque, como fotografias de Augusto Alves da Silva e Robert Mapplethorpe. A programação da exposição inclui ainda palestras sobre fotografia e sobre a relação entre Warhol e Jonas Mekas.
Em 2022, os MOONSPELL celebram 30 anos de feitiço com a digressão internacional THE GREATER TOUR, que culmina num concerto histórico, na sala mais emblemática da cidade: dia 31 de Outubro, Halloween, data mítica no calendário da sua alcateia, dando assim início às comemorações no Coliseu do Porto. Os Moonspell tocarão um alinhamento que remontará às suas origens (Anno Satanae/Under the Moonspell) sendo o resto dos temas escolhidos pelos fãs, em regime by request, através da votação nas redes sociais da banda. O Coliseu terá patente uma exibição de 30 objetos icónicos, pertencentes à coleção privada da banda, que poderá ser visitada a partir das 19h30. Ao espetáculo será ainda acrescentado um aspeto documental, com a projeção em cena de alguns dos momentos mais marcantes da trajetória dos MOONSPELL. Corria o ano de 1992 quando os Morbid God se transformaram nos MOONSPELL. Em 2022 cumprem 30 anos de uma carreira fulgurante: são, não só, o top of mind do Heavy Metal nacional mas também os autores das páginas mais célebres do capítulo Português na História mundial do Heavy Metal. Com cerca de meio milhão de discos vendidos, concertos nos cinco continentes e mais de uma vintena de edições, os Moonspell nunca deixaram nem de inovar, nem de honrar o seu legado. THE GREATER TOUR levará a banda a mais de cinquenta países para celebrar passado, presente e futuro com o que tem de melhor: os seus fãs. Os lendários SAMAEL vão assegurar a primeira parte do concerto de 30º aniversário dos MOONSPELL a partir das 20h30.
Serralves em Luz regressou para uma segunda edição e transforma todo Parque de Serralves numa impactante exposição de luz, proporcionando a fruição noturna deste magnífico espaço através de uma experiência surpreendente. Após o sucesso da primeira edição, referida no jornal britânico The Times como uma das 10 melhores exposições a visitar em toda a Europa, o Serralves em Luz regressou, com a direção criativa de Nuno Maya e organizado em articulação com a equipa de Serralves e com desenhos de luz do Coletivo OLAB, Sophie Guyot, Tamar Frank e Tilen Sepič. Ao longo de um percurso de 3 km, vinte e cinco instalações de luz, com recurso a múltiplas fontes, tecnologias de baixo consumo e até elementos vegetais recuperados no próprio Parque, proporcionam uma experiência sensorial mágica, num ambiente imersivo que dá a conhecer novas perspetivas deste notável espaço e convida à descoberta do seu património natural e arquitetónico. Os desenhos de luz de Nuno Maya, criados especificamente para esta exposição, conjugam várias formas de luz com diversos locais do Parque, despertando no espectador diferentes emoções e sensações visuais, enquanto as intervenções internacionais se focam em peças escultóricas luminosas e interativas que permitem, pela primeira vez, um papel ativo do público que pode assim transformar, através da luz, as paisagens naturais dos espaços. Do ateliê para crianças, desenhado pelo diretor criativo da exposição e executado com a colaboração do Serviço Educativo Ambiente de Serralves, nasceu ainda uma projeção video mapping na fachada da Casa do Cinema Manoel de Oliveira assinada por alunos do 2.º ano da Escola Básica da Pasteleira do Porto. Em paralelo a esta grande exposição noturna e ao ar livre, decorrerá um programa de visitas orientadas e de workshops de fotografia, que complementa e realça a vivência das diferentes dimensões em presença: luz, natureza, arte e arquitetura. Visite o Serralves em Luz e desfrute de uma noite verdadeiramente luminosa.